De Itapoá para Joinville, o trajeto do estudante e bolsista Pedro Ouchita, revela o amor orgânico pelo jornalismo
Eram 3 horas da tarde de uma sexta-feira, 21 de outubro. Na sala da Revista Eletrônica do Curso de Comunicação Social do Bom Jesus/Ielusc (Revi), em Joinville, um rapaz magro de camiseta verde-confusa de manga curta e tênis All Star acaba de entrar. Era Pedro Ouchita, 19 anos, estudante do 4ª período de jornalismo, bolsista da Revi.
Pedro não é japonês, mas sua origem remete ao país: o Japão. Mora em Itapoá, mas é natural Umuarama, norte do Paraná. Para chegar até Joinville, onde estuda, fez uma viagem de duas horas de ônibus e dez minutos a pé, tempo suficiente para acender um cigarro. A partir daí, começa o ritual que prossegue até chegar à faculdade.
O laboratório da Revi tem uns 40 metros quadrados. Pedro divide o espaço com a coordenadora e professora Amanda Miranda e outros três bolsistas: Anna Carolina Santos, Átila Froehlich, Hassan Farias, que são estudantes do 4ª semestre do jornalismo, além do novato Mateus Pereira Silveira, do 2º semestre e a veterana Carolina Veiga, do 8º semestre de jornalismo.
Pedro entrou no laboratório, disparou numa voz suave e quase inaudível: “Boa tarde”, jogou a mochila no chão e se ajeitou em sua cadeira. Assim, todos os dias, o ritual se repete: sobe os 18 degraus do prédio e vai para a redação onde trabalha de segunda a sexta-feira, das 15h às 18 horas.
Antes de começar a faculdade de jornalismo, o estudante foi um rockstar frustrado, isso quer dizer: não aprendeu tocar bateria. Isso não o impediu de fazer faculdade e ter na futura profissão como jornalista o seu ganha-pão. “Viver para escrever é algo incrível. Escrever é como respirar”, conta.
O estudante, orgulhoso, lembra do dia em que foi chamado para entrar da Revi. Estava tão contente com o convite, que diante da pergunta “Você gostaria?”, só soube responder: “Adoraria”. Dias depois, era o novo bolsista da Revista.
De quando em quando, Pedro sai para fumar. Risca o fósforo, acende o cigarro, traga e solta a fumaça pálida no ar. Algo de que ele não se orgulhe. Hoje em dia, o cigarro é meio gosto, meio necessidade, ele diz, admitindo que já pensou em largar.
De uns tempos para cá, a produção de reportagens de Pedro aumentou. “Sempre é possível fazer algo melhor”, filosofa o estudante, ao lembrar do que aprendeu na disciplina de Redação Jornalística III, com professora Sabrina Passos, no semestre anterior. A rotina na vida dele seria menos intensa sem a paixão pelo jornalismo. “A única coisa que me imagino fazendo”, comenta.
Num caderno surrado, Pedro registrou a última matéria do dia. É fim do expediente, o estudante enfia o bloco na mochila, leva uma câmera na mão e vai embora.
Por: Jonatar Evaristo, estudante do 4º período de Jornalismo
jonatarevaristo@hotmail.com