sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Dia dos Pais. Uma data passada


Centro luterano, Bom Jesus Ielusc, 12 de agosto. Saí da faculdade às 22 horas de um dia estúpido, burlesco. Passos lentos e pés fustigados por causa de um dia inteiro calçando sapatos tamanho 38, calço 39/40.
 
Há 20 metros da minha casa, avisto meu cachorro Toby. Cão dócil, vira-lata, mas amigo. Ao me aproximar do animal, que pula alegremente para cima de mim, exausto, evito o coitado, que ficou o dia sozinho e sem a atenção do dono.

Ao entrar em casa, vejo pilhas de louça suja sobre a pia, provavelmente desde o almoço. Me aproximo da sala de jantar, tentando algum contato humano ou semelhante. Nada, ninguém à vista.


A porta do meu quarto está aberta. Primeira violação: ninguém entra em meu quarto sem pedir permissão, de modo que fixei uma placa com os dizeres: “proibida entrada de estranhos”. Em meu cômodo, aparentemente tudo intacto. Nada foi mexido. Na escrivaninha, um trabalho escolar sobre eletrostática. Assim, como eu, um condutor de eletricidade negativa.


Examinando meu quarto com mais atenção, constatei que meu armário fora arrombado. Averiguando a cena do crime e estranhando o acontecimento, sigo euforicamente até o quarto dos meus irmãos. Hummm, algo de errado. Gavetas e armários remexidos, roupas sobre a cama, papéis e mais papéis jogados no chão. O que deve ter acontecido?


Percorro rapidamente o corredor até chegar ao quarto dos meus pais (frequência cardíaca 137bpm) e constato sinais de arrombamento: gavetas, portas e armários. Com essa visão assombrosa, um impulso eletromagnético me conduz rapidamente para o lado de fora da casa.


Opa! Vestígios. Marcas de pneu de veículo quatro rodas sobre a calçada e várias pegadas de um animal bípede, da espécie humana. Ainda não encontrei as respostas que precisava. Onde estariam os moradores desta casa?


Ao mesmo tempo em que essa pergunta vem à tona, toca o telefone. Ah, só pode ser eles. Corro rapidamente para a sala, ao qual se encontra o aparelho, atendo, ainda ofegante pela ação.


- Pe... Pedro, boa tarde. Espantado pelos acontecimentos, tenho dificuldade com a pronuncia de meu próprio nome.


- Alô, Pedro! Uma voz feminina na linha me parece familiar.


- Alô, quem fala? Pergunto, com dúvida da identidade da pessoa.


- Olá, sou eu, sua mãe. Querido, não fique preocupado, estamos todos bem. Estamos na delegacia para prestar depoimentos, pois seu pai foi preso novamente.


- Oh, não, novamente mãe? Evidente, mais um ano sem pai.


- Querido, não se apavore, já passamos por isso outras vezes, agora tenho que desligar, tchau!


A ligação é interrompida subitamente e bruscamente. Desligo o telefone obsoleto em minhas mãos e sigo para o meu quarto. Fecho a porta e ligo o som, abro a gaveta e tiro um embrulho feito por mim. Mi-nu-cio-sa-mente retiro o pacote que envolve o objeto. Frio em minhas mãos, ele pesa. O que faço com ele?


Nenhuma ideia me ocorre no momento, não posso deixá-lo aqui, enfio dentro da mochila e saio para a rua. Encontro uma lata de lixo e deposito-o nela. Não, não posso fazer isso. Retiro o artefato e sigo de volta para casa, abro a gaveta e guardo em um lugar seguro para que ninguém possa mexer.


Quando meu pai sair da prisão, eu entregarei o relógio que comprei para ele não perder a hora de chegar em casa. Esse meu presente do Dias dos Pais ficará para depois. Meu pai terá que esperar.
 
Jonatar Evaristo, estudante do 4º período de Jornalismo
jonatarevaristo@hotmail.com

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Uma descoberta e uma ‘discoberta’. Sutil e mágica semelhança.

Tudo aconteceu em 1964. Meu pai, oficial brasileiro da ONU e das forças de paz, me traz de Londres 4 compactos sabendo do meu amor pela música. Foram 4 Lps simples daqueles com um furinho no meio: um do Elvis Presley , um dos Beatles ( lado A com Love me Do e lado B com P.S. I love you). Mais tinha dois outros que me intrigaram. Um era de uma cantora francesa chamada Dalida, de quem nunca tinha ouvido falar e a outro era de uma cantora negra, chamada Mahalia Jackson. Imaginem uma menina brasileira de apenas 12 anos, com muitas poesias guardadas na gaveta e sonhos escancaradamente ousados em predileção por músicas, que despovoavam cabecinhas daquela época... E disposta, muito disposta a fazer descobertas musicais que não se resumiam a Jovem Guarda, ou mesmo aos quatro cabeludos de Liverpool. E lá fui eu rumo à biblioteca da minha escola tentar saber, desses nomes que me encantavam. Ah! Se naquela época tivéssemos o Google ou a Wikipédia... Depois de muitas idas e vindas e muitas expulsões da biblioteca pelo excesso de leituras em horários inadequados, consegui saber que em 1937, com 26 anos, Mahalia, nascida em Nova Orleans, gravou seu primeiro disco sob o selo The Decca Coral. E as músicas eram: "God's Gonna Separate the Wheat from the Tares," "My Lord," "Keep Me every day," and "God Shall Wipe All Tears Away". O disco não foi um sucesso financeiro e o Decca Coral não renovou. Em 1947 (dez anos depois), ela gravou com o selo Apollo a música "Move On Up A Little Higher", um sucesso tão grande que vendeu 8 milhões de cópias, esgotando em todas as lojas. A música entrou para o Hall da Fama dos prêmios Grammy somente em 1998. Fato que saberia muitos anos depois. Mas as músicas do compacto eram: lado A, My Lord e lado B, Move on Up a Little Higher. Não me importa se Mahalia era uma cantora gospell, era a sua voz potente e harmoniosa que me levava a encantos musicais infinitos. Mas também era importante saber que: no princípio, foram surgindo os cantos de trabalho, depois vieram o spiritual, o blues, a marcha e o ragtime. “No sétimo dia, em New Orleans, todos se fundiram para criar o jazz”, e soube que nunca mais viveria sem ele colado magicamente aos meus ouvidos. E me fascine Louis Armstrong, Billie Holiday, Al Jonson, Ella Fitzgerald, Joe Williams, Sarah Vaughan, Ernestine Anderson, Diana Krall, Anita O’Day e Cassandra Wilson, como diria o Jô Soares, todos os dias de minha existência. E há pouco tempo descobri, fiz uma ‘discoberta’ da linda e talentosa Bia Sion e seu CD ‘ A Levada do Jazz’, fruto de seu show com o mesmo nome. Esta ‘cantriz’ como ela mesma se denomina, diz: “em mim habitam todas as cantoras de jazz que desde sempre escutei”. E ratifico com alegria jazzística o que ela mesma escreveu no CD que carinhosamente me enviou: Let’s Jazz! Um certo Adorno, nas suas teorias na Indústria Cultural, disse que o jazz era um equívoco cultural e musical. A resistência de Adorno ao jazz pode ser interpretada de várias formas. Em 2003 foi publicado o livro de Christian Bèthume, “Adorno et le jazz et une analyse d’um dèni esthétique”, onde se explica o engano do teórico com as minúcias necessárias. Como disse André Midani, que lançou recentemente seu livro Música Ídolos e Poder: do vinil ao dowload, “o disco de Bia me alegrou a segunda-feira”. A mim, também as terças, as quartas, as quintas, as sextas, os sábados e os domingos. Emocione sua alma você também! Cheek to Cheek by Bia Sion www.reverbnation.com Bia Sion | Jazz | Rio de Janeiro, RJ, BR
Ana Simões é jornalista, publicitária e professora da disciplina de Jornalismo Cultural na Associação Luterana de Ensino em Joinville (SC).

Fontes: http://andremidani.blogspot.com e http://www.midani.com.br, http://programadojo. globo.com/platb/blog-do-jo e www.bia-sion.com

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O talento que pode começar cedo



Por Diego Porcincula

Foto: Claudia Baartsch/ Agência RBS

A idade e o tamanho são novidade nos palcos de Joinville. A experiência de enfrentar um palco e uma plateia ainda não foi vivenciada. Para quem gosta de teatro, tem uma opção bem diferente para conferir. Os atores têm entre cinco e 14 anos e são alunos de escolas municipais da cidade. Esses meninos e meninas fazem parte do curso de formação em teatro da companhia Casa Teatral.

Os 70 alunos acompanharam juntos aulas de interpretação, cenário, figurino e iluminação. A dificuldade de convivência já foi vencida, agora é hora de perder o medo dos palcos, principalmente o do Teatro Juarez Machado onde acontecem as apresentações. Para a diretora Daniele Pamplona o objetivo é que os alunos viam a experiência de um espetáculo. “Queremos que eles vivenciem um festival e que passem o dia todo envolvidos na realização das apresentações”, fala. Os alunos são divididos em sete núcleos respeitando a faixa de idade de cada um. Cada grupo fica responsável pelo espetáculo.

Ontem foram exibidos quatro trabalhos e, hoje, são mais três. Entre as atrações estão adaptações como “Casa das Bonecas”, “A Princesa Divinha” e “Bailei na Curva”. Para a sessão de hoje, às 19h30, o publico pode reservar ingressos pelos telefones (47)3437-3087 e (47)8827-1585. A entrada é franca.

O projeto teve início no começo do ano e acontecem na Escola Municipal Paul Harris e Oficina dos Sonhos. São oferecidos aos alunos aulas de iniciação teatral, interpretação, práticas corporais e vocais, teoria teatral e práticas de montagem. O festival foi custeado com arrecadações da companhia e auxílio dos pais dos alunos. Para 2012, a ideia é expandir o projeto para as demais escolas da maior cidade do Estado.


Serviço
O QUÊ: 1º Festival da Casa.
QUANDO: Terça-feira, às 15 horas e 19h30.
ONDE: Teatro Juarez Machado, Avenida Beira-rio, 315, América.
QUANTO: Gratuito. Reserva de ingressos pelo (47)3437-3087 begin_of_the_skype_highlighting            (47)3437-3087      end_of_the_skype_highlighting e (47) 8827-1585 begin_of_the_skype_highlighting            (47) 8827-1585      end_of_the_skype_highlighting

sábado, 19 de novembro de 2011

Danças Urbanas - Um movimento cultural

Um dos gêneros mais populares do festival agora é chamado de danças urbanas

 

      Todos os anos, a rotina é a mesma. Ensaio após ensaio, bailarinos dão o melhor de si, em troca da incansável busca pela “perfeição” da coreografia. Desde 2009 reconhecido pelo Guiness Book como o maior evento de dança do mundo, o festival joinvilense está sempre atento às novidades nesse meio.

      Neste ano, importantes melhorias foram feitas. Um exemplo é a alteração do nome de um dos gêneros mais populares do evento: dança de rua agora se chama “danças urbanas”, justificando a identidade de uma cultura urbana forte e cada vez mais consolidada no Brasil. Segundo dançarinos, o nome dança de rua traz uma visão negativa sobre o gênero e a mudança do nome é para amenizar o preconceito sofrido pelas pessoas que trabalham com essa arte. “Só de ouvir o termo, as pessoas imaginavam que a dança se fazia na rua, e muitos até mesmo do meio da dança aceitaram isso como verdade”, relata André “Bidu”, coreógrafo do grupo D-Efeitos, ganhador do programa “Qual é o seu talento?” do SBT. E ainda complementa: “As danças não foram criadas nas ruas apenas, mas também nos clubes, encontros sociais informais, festas e noitadas”.

      As danças urbanas surgiram nos Estados Unidos, embaladas pela música funk/soul americana. Usando essas músicas, dançarinos improvisavam em cima de bases criadas, individualmente ou em conjunto, em clubes, praças, batalhas de dança etc. Outros dançarinos copiavam e passavam essas bases à frente. “As danças foram resultado de movimentos culturais musicais e, a cada criação de um novo estilo de música, uma nova dança surgia”, explica Franco André Pereira, conhecido no meio como Frank Ejara, coreógrafo da Cia. Discípulos do Ritmo.

      Todas as danças urbanas são improvisáveis, pois foram criadas com o intuito de cada dançarino colocar a sua movimentação nas bases. É a essência do “urbano”. Hoje, são usados ritmos como R&B, Disco Funk, Disco, Rap, G Funk, Eletro, House Music e Dancehall. Com essas músicas, surgiram os estilos Locking, Popping, Waacking, Boogaloo, Waving, Tutting, Strutting, B.Boying, House Dance, Hip Hop Freestyle, Krump e Dancehall.


Os estilos Waacking e Vogue - DIVULGAÇÃO


      O cenário do Hip Hop no Brasil, sofreu preconceito de pessoas que desconhecem a história cultural do ritmo. Quem é envolvido com a cultura era visto por muitos como marginal. “Ainda existe preconceito com todos os elementos e formas de manifestação, mas já houve uma melhora significativa”, afirma Filipi Moura Lima, professor de danças urbanas.

      A falta de reconhecimento no país é o contrário da realidade no exterior. Os dançarinos, grafiteiros e mc’s brasileiros têm um reconhecimento grande nos países estrangeiros. “O Brasil está engatinhando no segmento, mas com grupos muito bons como 'Tsuname all stars' e 'Discípulos do ritmo', que são muito bem vistos no exterior”, declara André “Rockmaster” Pires, professor, coreógrafo e precursor do House Dance e Waacking no Brasil. O dançarino brasileiro é reconhecido por ter “energia de sobra”. O potencial dos praticantes dessa dança melhora cada dia mais, por intermédio de ferramentas como workshops, competições de grupos, batalhas de dança, treinos em conjunto e até mesmo pelo site Youtube, no qual dançarinos do mundo todo postam seus vídeos a fim de compartilhar e divulgar a cultura. “Se unirmos isso a nossa criatividade, as chances de crescer são ainda maiores”, recomenda Filipi.


O Break Dance foi uma das origens das danças urbanas - DIVULGAÇÃO








Por Michelle Braga

Moconevi é homenageado pela Câmara

A luta dos negros pela conquista de um espaço digno e respeitável dentro da sociedade tem data oficial. Em 20 de novembro se comemora no Brasil o Dia da Consciência Negra. A escolha é uma referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, líder dos quilombolas resistentes contra a repressão da Corte Portuguesa.
A data simboliza a resistência à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte de africanos para o solo brasileiro, em 1594, e determinação do povo afrodescendente em favor da igualdade racial. O maior objetivo dos movimentos negros pelo país é evitar o autopreconceito, ou seja, a inferiorização perante a sociedade.
A inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, discriminação da polícia, identificação de etnias, moda e beleza negra são assuntos debatidos neste dia, em palestras e eventos em todo o país.
A homenagem da Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul foi direcionada ao Moconevi (Movimento de Consciência Negra do Vale do Itapocu), que comemora dez anos de fundação em 5 de agosto. Os idealizadores do movimento acreditavam que, desta maneira, seria possível difundir a história e diminuir ações preconceituosas.
O grupo criador do movimento negro teve como pontapé inicial o episódio ocorrido em Guaramirim. Na ocasião, a enfermeira do hospital do município negou atendimento a uma grávida negra em trabalho de parto. O crime chegou aos ouvidos de Sandra Maciel. A primeira coordenadora do Moconevi relembrou o início, repleto de dificuldades e vitórias.
Ao longo da década, Sandra relatou a necessidade do que ela chama de “emergir das cinzas”. “Parece que tudo em Jaraguá e região já estava muito bem estabelecido. E nós tínhamos que ressurgir com a nossa história, com a nossa cultura, com a nossa música, com os nossos costumes e buscar cada vez mais o respeito”. Sandra disse que sempre foi necessário lutar pelos direitos. “A questão no Brasil não é só social, porque de cada dez pobres, oito são negros. Então a questão é racial. Nós tínhamos que fazer esse enfrentamento e até hoje fizemos”.
De acordo com ela, a cultura hegemônica na qual o Brasil está inserido cria obstáculos muito maiores, pois é mais fácil falar para as crianças nas escolas da cultura já instituída e deixar de lado a questão da escravidão. Segundo Sandra, falar para as crianças do que é ser escravo causa sensibilidade e fortalece o conhecimento real da história do Brasil.
O propositor da homenagem, Francisco Alves exaltou o compromisso de todos que abraçaram a causa. “Somos parte dessa história. Uma história que começou há dez anos. História escrita por todos os brasileiros, todas as etnias, inclusive a negra, sendo tratada por mais de três séculos como mercadoria”. O primeiro vereador negro recordou a história, fazendo menção ao maior líder negro, o Zumbi dos Palmares, na luta pela liberdade.
A participação em diversos eventos voltados ao resgate da cultura afro em todos os sentidos e a grande participação na educação foram mencionados pelo vereador. Francisco disse ainda que o Moconevi veio com o objetivo de resgatar a cultura afro-brasileira, os costumes e, principalmente, dar visibilidade e conquistar respeito ao povo que, muitas vezes, continua esquecido. A participação em diversos eventos voltados ao resgate da cultura afro em todos os sentidos e a grande participação na educação foram mencionados pelo vereador.

Por Tiffani Louise dos Santos

Ação X Superação

O Cepe (Centro Esportivo para Pessoas Especiais) atende adultos e crianças portadores de necessidades especiais, que gostam de praticar esportes. O centro disponibiliza as modalidades de natação, bocha, atletismo e basquete em cadeira de rodas.

A técnica de natação Juliana de Carvalho conta que faz parte deste projeto há 6 anos e há 4 anos trabalha com natação olímpica. A modalidade atinge o público a partir dos 12 anos no Panamericano ou competições.
Na natação existe uma classificação funcional que vai do s1 ao s10, que significa swiming, natação. Essa classificação depende da funcionalidade do atleta, quanto maior o grau da deficiência, menor o número de sua classificação. Por exemplo, s1 é o atleta que possui dificuldade de locomoção e limitação dos movimentos. Um s10 é o atleta que tem apenas um encurtamento, pé eguineo.
A natação paraolímpica do Cepe atende desde a iniciação até os de alto rendimento. Atletas de níveis regionais, estaduais, nacionais e também, internacionais.

Para a atleta paraolímpica e vice-presidente do Cepe, Michele Regina Linzmeyer, o esporte adaptado é importante não só para o corpo mas, também para a auto-estima. “A natação me ajudou muito a melhorar o meu corpo, pois eu era mais gordinha antes de começar a nadar.”



Os treinamentos acontecem todos os dias, no período de uma hora e meia à duas horas. Como o centro esportivo não possui uma piscina própria, o Cepe possui parcerias com várias piscinas de Joinville. Como o atleta de competição necessita de acompanhamento multidisciplinar, os atletas recebem auxílio em parceria com o Ielusc, através de acompanhamento nutricional.



Ação e superação, elementos que fazem parte da rotina de quem participa do Cepe.



Por Andréia da Silva


Entre a poesia e o mundo marginal

Na literatura e no cinema, Jorge Amado expõe a desigualdade social, sem deixar a literatura poética de lado

Jorge Amado sempre foi um dos meus preferidos. Eu nunca fui à Bahia. Nunca comprei acarajé de uma baiana nata, nem andei pelo Pelourinho com o pulso cerrado por fitinhas
do Senhor do Bonfim. Mas conheço bem o sol escaldante da terra de todos os santos e o
macio de seu areal. Jorge Amado me fez conhecer um pedacinho do nordeste através da
sua literatura envolvente; sua poesia safada mesclada com crítica social.

Caminhando pelas novidades cinematográficas, esbarro em título chamativo –
geralmente meus olhos se magnetizam pelos nacionais: Capitães de Areia. O baiano
novamente ultrapassa o papel e invade o audiovisual? Sempre digno de atenção
redobrada. Puxei da estante um dos maiores clássicos, não só da lista do autor, mas de
toda literatura brasileira, e morei por alguns dias no trapiche que abriga os meninos que
dão vida ao livro do amado Jorge.

Sempre uma surpresa, mas ao mesmo tempo algo previsível. Afinal, estar diante de
um romance de Jorge é ter a certeza de que será envolvido por todos os lados, sem
escapatória, mas nunca se sabe o que esperar da próxima página, qual a delícia literária
que vai te abraçar fortemente.

Em Capitães de Areia não é diferente. O leitor se envolve em cada pequena história
dos grandes, apesar da pouca idade, meninos baianos. Em capítulos curtos, peripécias
romanescas, aventuras que apostam na sorte e idealização do tipo humilde e excluído
vão construindo a trama que traz à tona a desigualdade social. Um mundo que deixa
claro quem é rico e quem é pobre nos é jogado na cara, sem perder a sutileza das
palavras escolhidas a dedos pelo autor.

O mais impressionante é a atualidade do livro. O assunto e as questões sociais que
Capitães de Areia traz em outra época têm a mesma validade nos dias de hoje. A
história de crianças de rua de oito a dezesseis anos, filhos apenas da marginalidade e
da pobreza, é explorada com profundidade nas terras da Bahia, mas a mesma situação
se espalha em tantas outras cidades brasileiras. Em condições precárias de vida,
submetem-se ao roubo e outros delitos para conseguir sobreviver dia após dia. Ao
decorrer da leitura, Pedro Bala, Professor, Gato, João Grande, Pirulito, Volta Seca, Dora
e tantas outras crianças, reflexos da narrativa, nos envolvem até com o livro fechado.

Jorge Amado não manifesta piedade ou condescendência pelos seus “delinquentes”,
mas traz momentos em que a infância e os sonhos de crianças, como no encontro com
o “carrossel com as luzes coloridas”, fazem-nos enxergar que são apenas crianças
vítimas da ausência da família, da escola, da vida nos cortiços e nas favelas, como tantas
outras longes das páginas literárias.

Pela temática atual e por cumprir com o papel da literatura de ser crítica e bela ao
mesmo tempo, a obra Capitães de Areia carrega dignidade de sobra para ir ao cinema,
mesmo tanto tempo depois de ser escrita.



Texto: Jaqueline Dias

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Arte Urbana na escola

Levar a cultura da arte urbana para estudantes de escolas públicas. Com esse pensamento, as meninas do Coletivo Chá foram aprovadas no edital do Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec) deste ano, na categoria Expressão Artística. O grupo, que pratica a arte do lambe, criou o projeto “Arte Movimenta o Futuro” para incentivar a liberdade de expressão e talentos entre os alunos que participaram da oficina.

Segundo Ana Caroline Dams Correia, integrante do Coletivo Chá, foram dadas oficinas nas escolas Ruy Barbosa, Celso Ramos e Martins Veras. “A escolha foi feita de acordo com a aceitação das diretoras”, conta. Todo o material utilizado foi pago com o dinheiro proveniente do Simdec.

Durante a atividade, os alunos tiveram que criar sua arte em um papel e depois colar em paineis disponibilizados para este trabalho. “O mais interessante, foi como a oficina não ficou só na sala de aula. As pessoas de fora paravam e perguntavam sobre a atividade”, diz Ana.

Coletivo Chá é formado por cinco meninas que praticam a arte urbana na cidade. A técnica utilizada é o lambe, que consiste em expressar idéias em um papel que é colado em algum espaço na cidade.

Imagens das oficinas:

  

Conheça um pouco sobre o Coletivo Chá:


Documentário: Coletivo Chá - Um olhar sobre a arte urbana em Joinville. from Documentário on Vimeo.

Texto: Bruno Isidoro Pereira
Fotos: Marie e Fernanda (Coletivo Chá)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Lenine pela primeira vez em Joinville

A banda joinvilense Arueira esquentou o público enquanto Lenine se preparava para subir ao palco do Centro Turístico e Comercial Expoville na 73ª Festa das Flores. Apesar de iniciar o show uma hora após o previsto Lenine foi calorosamente recebido pela primeira vez na cidade. Canções como “Paciência”, “Aquilo que dá no Coração” e “Dois Olhos Negros” fizeram os fãs vibrarem. Lenine adora orquídeas e disse que tem tudo a ver com a festa, que no próximo ano quer voltar. Após cerca de 1h 15 o cantor se despediu e deixou o palco juntamente com a banda, mas o público não se moveu, ficou pedindo bis e ele voltou cantando mais algumas canções inclusive do novo disco.

Um pouco mais sobre Lenine

Osvaldo Lenine Macedo Pimentel nasceu em Recife em 2 de fevereiro de 1958. Mudou-se para o Rio de Janeiro no início dos anos 80. Lenine morou com amigos, com os quais compunha, criava e tentava sobreviver numa época em que seu som era uma mistura do regional com MPB e o mercado só trabalhava com rock.
Elba foi a primeira a gravar uma canção de Lenine, depois Fernanda Abreu, O Rappa, Milton Nascimento, Maria Rita, Maria Bethânia entre outros.
Lenine foi convidado a trabalhar com alguns amigos, produziu “Segundo” de Maria Rita, “De uns tempos pra cá” de Chico César, “Lonji” de Tcheka, e “Ponto Enredo” de Pedro Luis e a Parede.
Ele produziu “Breu” e teve pela primeira vez a música em três dimensões. Trabalhou em televisão com diretores como Guel Arraes e Jorge Furtado. Fez a direção musical de “Caramuru a Invenção do Brasil” que depois de minissérie, virou um longa-metragem. Também fez a direção musical de “Cambaio”, musical de João Falcão e Adriana Falcão, baseado em canções de Chico Buarque e Edu Lobo.

Cronologia

1981
Lenine se muda de Recife para o Rio de Janeiro

1983
Lançamento do álbum “Baque Solto”, em parceria com Lula Queiroga
(Polygran)

1992
Lançamento do álbum ”Olho de peixe”, em parceria com o percussionista Marcos Suzano (Independente)

1997
Lançamento do álbum “O Dia em que Faremos Contato”, primeiro disco solo
(BMG)
O álbum ganhou dois prêmios Sharp, nas categorias “Revelação” e “Melhor Canção”, com “A Ponte” de Lenine e Lula Queiroga.

1999
Lançamento do álbum “Na Pressão” (BMG)
Prêmio APCA de “Melhor Álbum de Música Popular”

2000
Direção Musical da mini série e do filme “Caramuru - A Invenção do Brasil”, com direção de Guel Arraes e Jorge Furtado

2001
Direção musical de “Cambaio”, espetáculo musical com canções de Edu Lobo e Chico Buarque, com direção de João Falcão.

2002
Lançamento do álbum “Falange Canibal” (BMG).
O álbum recebeu o Grammy Latino na categoria “Melhor Álbum Pop Contemporâneo”.

2004
Participação do evento “Carte Blanche”, em Paris
 
Lançamento de “Lenine InCité” - CD e DVD, gravado ao vivo em Paris, na Cité de La Musique.
O álbum ganhou dois Grammys Latinos - como “Melhor CD de Música Contemporânea” e “Melhor Canção” com “Ninguém Faz Idéia”, de Lenine e Ivan Santos &
4 Prêmios TIM (Melhor CD, Melhor Música, Melhor Cantor e Melhor Cantor Voto Popular)

2005
Produção de “Segundo”, de Maria Rita
Produção de “De Uns Tempos Pra Cá”, de Chico César

2006
Lançamento do álbum “Lenine Acústico MTV” (Sony BMG)

O álbum ganhou o prêmio Grammy Latino na categoria “Melhor CD Pop Contemporâneo”

Lançamento, nos Estados Unidos, da coletânea “Lenine” (Six Degrees Records)

2007
Produção do CD “Lonji” do cantor cabo verdiano Tcheka

Trilha Sonora do espetáculo “Breu”, do Grupo Corpo.

2008
Produção do novo CD de Pedro Luiz e a Parede

Lançamento do álbum Labiata (Universal)

2009

A música "Martelo Bigorna" (Labiata) ganha o Grammy Latino como Melhor Música Brasileira

2010 
Lançamento do projeto Lenine.Doc/Trilhas

2011
Lançamento do Novo CD “Chão”






Texto: Oelen Del Puppo
Fotos: Glauber Ronsani e Jaqueline de Mello

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Monstros do Rio Cachoeira

 Monstros que habitam o rio Cachoeira e vivem lá, escondidos. Essa é a história que os publicitários Luciano Rockenbach e Geraldo Poerner tiveram nos anos 80 e o professor Nielson Modro resolveu reviver em um livro. A idéia de Modro, em republicar as tiras, tem um objetivo social específico. “A ideia do resgate dos Monstrinhos do Rio Cachoeira é, antes de qualquer iniciativa, uma busca por preservar a memória cultural da cidade”, conta Nielson. O desenhista Geraldo Poerner, com a ajuda de Pedro Augusto Villas Bôas, deu vida e cor às personagens, que prometem agradar todos os públicos. “Os personagens são carismáticos e humorísticos, irão agradar crianças e adultos”, garante.


Nielson afirma que acredita em uma solução para o rio, mas que isso demorará muitos anos. “Existem uma série de exemplos no mundo, inclusive de rios com uma situação pior, que foram totalmente despoluídos. Mas para isso seria necessário vontade, dinheiro, tempo e conscientização”, garante. O principal desejo que Nielson tem é que, além de ser um objeto de leitura e diversão, a “Monstrinhos do Rio Cachoeira” seja um objeto de discussão e consciência. “O desejo é que todos sejam leitores dos Mosntrinhos e pensem na conscientização ambiental”, diz.

A expectativa para o lançamento é grande, principalmente porque a ideia final foi muito além da inicial, com diversas histórias e um colorido todo especial que dá à edição a forma de livro para colecionador. “Ao todo são 160 tiras, dez histórias completas e mais um texto inicial com a análise sobre os personagens e a possibilidade de seu uso de forma didática. O melhor de tudo é que o projeto está saindo muito melhor do que se imaginava”, conta.

Foto: Cleber Gomes, A Notícia.


Por: Darlaine Maila, Adrielli Evarini e Tatiane.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

73ª Festa das Flores

Com o tema "Joinville E Sua Gente: 160 Anos De Uma História De Amor" a Ajao (Agremiação Joinvilense dos Amadores de Orquídeas) apresenta entre os dias 11 e 16 de novembro mais uma edição da Festa das Flores.








O complexo turístico da Expoville sediou mais uma edição da festa





A Festa das Flores de Joinville apresenta em 2011, entre os dias 11 e 16 de novembro, sua 73ª edição. Com o tema: “JOINVILLE E SUA GENTE: 160 ANOS DE UMA HISTÓRIA DE AMOR”, mais de 200 mil pessoas são aguardadas pela Agremiação Joinvilense dos Amadores de Orquídeas (AJAO) e Fundação Turística de Joinville, organizadores do evento.
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No domingo o público foi superior à 100 mil pessoas


Os arranjos e a decoração desta edição da Festa receberam um incremento visual que as vezes chega a concorrer com as principais estrelas: As flores



A eleição de princesas e rainha acontecem durante o evento




Laelia Purpurata, flor símbolo de Joinville e do estado



As orquídeas são as grandes vedetes do evento, que é o maior do Brasil no gênero





A variação e pluralidade de cores e formas faz o "crowd" da multidão passar desapercebido






No momento da contemplação, tudo é música...



... tudo é poesia...

... tudo são flores!




O evento encerra no dia 16 de novembro.

texto e fotos: James Klaus



sábado, 12 de novembro de 2011

Arte Urbana

Cada vez mais difundida, a cultura urbana é hoje composta por diversas tribos. Os desenhos, as músicas, ambientes e tempos faz com que essa cultura vire um misto de arte e faça com que se torne parte do cotidiano das pessoas, mesmo daqueles que não são assim tão relacionados com o mundo urbano. 



Um exemplo dessa inclusão da cultura urbana na vida das pessoas pode ser encontrado no Parque da Cidade, em Joinville. Um grupo de dez atuantes da cultura hip-hop foram convidados para grafitar a pista de skate do parque, no bairro Guanabara. Os trabalhos são uma forma de incentivo para que a arte seja difundida na cidade. A atividade foi feita em parceria com a Central Única das Favelas (CUFA).



Para incentivar os jovens desde cedo a se expressarem através da arte urbana, seis trabalhos foram selecionados no concurso cultural "Nossa Arte no Muro". A maioria deles foram feitos por alunos da Escola Lauro Carneiro de Loyola. Devo dizer que a iniciativa e a experiência são muito boas. Nossa vida inteira é feito no concreto. Se não podemos cobri-la de grama, vamos, pelo menos, cobri-la de cores.



Por Darlaine Maila.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Artista Humberto Soares



Reportagem e edição: James Klaus

Quatro estudantes de Jornalismo e uma paixão

Karoline Lopes, Marcela Güther, Michelle Braga e Thiago Seco apresentam: “Cinemática”

Por Pedro Ouchita

Enquanto você corre para acompanhar as frases das legendas antes que elas desapareçam, eles analisam os detalhes técnicos, a direção, o roteiro, a trilha sonora e tudo mais que você puder imaginar sobre o filme. “A ideia inicial do Cinemática está mudando aos poucos”, relata o idealizador do projeto, Thiago Seco. “O objetivo é criar um sarau de cinema, onde possamos discutir o assunto com profundidade.”
A história de Thiago começou 25 anos atrás. E o cinema faz parte dela desde quando? “Desde quando me entendo por gente”, responde com um sorriso Colgate. Com 15 anos, ele levantou da poltrona da sala de cinema, espiou por trás da telona e descobriu as engrenagens da sétima arte. Entrou para os ciclos de cinema e começou a ler sobre o tema. Passou a observar a fotografia e ver a obra cinematográfica com outro olhar. Do diretor a escolha do elenco, até o fim. Cada detalhe é precioso.
Thiago é fascinado por filmes de terror. Aos sete anos, o garoto sapeca assistia a clássicos como Amityville II: The Possession, de 1982. “Ainda lembro o nome do lugar onde eu locava as fitas cassetes. L&R vídeolocadora”, recorda o acadêmico. Thiago não tinha idade suficiente para alugar os filmes de seu gênero preferido, por isso, sempre ia acompanhado do irmão mais velho. Séries de horror como Amazing Stories, criada por Steven Spielberg, e Além da Imaginação também fizeram parte de sua infância.
“Os livros me influenciaram muito, principalmente dentro do cinema fantasioso”, compartilha o jovem. “Sempre fui uma criança muito bizarra.” Ele lia Edgar Allan Poe, Oscar Wilde e Stephen King. Tinha também uma máscara do Jason e uma camisa e luva do Freddy Krueger. “Enquanto meus amigos assistiam Peter Pan, eu mal podia esperar para ver A Hora do Pesadelo.”
Ele se descreve como “defensor voraz da dublagem”. Com 17 anos, Thiago fez um curso de Introdução a Dublagem, em São Paulo. E, em 2002, estudou até o nível intermediário de um curso de Cinema. “É tão difícil quanto atuar, pois é preciso interpretar o que já foi interpretado de uma forma que fique entendível pelo brasileiro”, explica o cinéfilo. Ele também gosta de assistir os longas-metragens em suas línguas originais. Mas, para o aluno, “certas dublagens viram pérolas”. “Quem não valoriza a dublagem, não valoriza o cinema brasileiro”, conclui.
Já a namorada dele, Michelle Braga, 21 anos, reserva as películas para as horas vagas. “Não sou aficionada por cinema como os outros membros do Cinemática”, admite. “Para mim, é distração e lazer. Para eles, é um estudo. Eles sabem os diretores, os ângulos, etc.” Ela gosta dos filmes épicos com contexto histórico, de animações, musicais e terror. Tudo depende de seu humor. De acordo com Michelle, o desenho tem que ser dublado. “Fora isso, não sou muito fã de dublagem.”
Karoline Lopes, 19 anos, gosta da dublagem quando ela é boa. “Chamar celebridades para dublar os filmes é inadmissível”, irrita-se. Porém, ao contrário de Michelle, ela prefere a animação legendada. Como com Thiago, para ela, os livros são uma grande influência. “Ganho livros desde que nasci”, ressalta a estudante. “Eles são um complemento da leitura.”
O gênero preferido dela é o suspense. “Mas, a comédia é o mais difícil. Pois o que faz uma pessoa rir não faz a outra”, aponta Karoline. “Ação, você coloca uma explosão e voilá. No suspense, os cortes de câmera rápidos e a música.” Ela adora o humor negro do cineasta nova-iorquino, Woody Allen. “Ele é autodestrutivo, faz piada de si”, diz a jovem. “Hoje em dia, a comédia é muito visual, gestual. O cara cai, faz uma careta.”
Marcela Güther entrou nessa por causa do “Google do cinema”, ou Karoline Lopes, como você conheceu antes. “Eu falei para ela a cena de um filme que eu não lembrava o título.” O “Google do cinema” não respondeu só o título do filme como também o nome do diretor e outras curiosidades. Então, Marcela e sua tutora começaram suas “sessões duplas”.
“Comecei a ver o cinema de outra forma: os furos do filme, o que poderia ter sido feito de outro jeito, a trilha sonora.” A garota narra a experiência, com a ajuda das mãos. Marcela gosta de dramas impactantes, daqueles que te fazem chorar. Ela gosta de ficção e filmes fantasiosos desde que não extrapolem. “Eles devem ter elementos da realidade”, explica a aluna. A trilha sonora também desperta o interesse de Marcela, ela procura o soundtrack de todos os filmes que assiste.
Os novos planos para o Cinemática são: trazer uma vez por mês, um convidado para discutir cinema. Aberto a toda comunidade e com exibição especial para os pequeninos. Em comemoração ao dia das crianças, exibiram um filme para 30 órfãos do Lar Abdon Batista. “Queremos continuar trabalhando com crianças”, adianta Thiago. “Germinar a semente do cinema nas crianças, perguntar ‘qual é seu personagem preferido? ’ e os ver perceberem que não é só assistir, mas observar muito bem.”
Por fim, um recado de Karoline: “Não baixe filmes. Vá ao cinema e sente naquela poltrona confortável”.